domingo, 11 de abril de 2010

Solidão acompanhada

Pleno dia de domingo, e lá estava ela, unhas vermelhas, camiseta preta, jeans e all star, olhos marcados fortemente pelo lápis preto e o rímel inseparável, com planos impedidos por uma chuva incessante, totalmente sem companhia e sem algo que chamasse a sua atenção, voltou-se para o quarto, seu maior refúgio, nada mais lhe prendia a atenção, recorreu ao violão, último companheiro escolhido a dedo por ela, dedilhou algo que não sabia dizer o que era (exercícios, coisas de aprendiz), pensamento fixo no som que tocava agora, "3x4", e a memória veio acompanhar-lhe na solidão da casa vazia, lembranças apareciam em flashes, sentiu saudades...
Lembrou de momentos que fazem falta em sua vida, da infância, do avô (maior porto seguro), das brincadeiras na pracinha de barro, dos saltos da mãe, das brincadeiras sem graça dos amigos do irmão, de uma amizade jurada até a eternidade, da escola, dos códigos [aaaaaah...], dos amores proibidos, dos banhos de chuva, de verões em família, de lugares e companhias, de um abraço, de tantas férias, de janeiro [...]
E uma lágrima escorreu manchando o rosto de preto, borrando a maquiagem.
Memórias do passado, lembranças ... Estas não cansam de chegar, de se mostrarem presentes na vida dela e a cada instante, a saudade aumenta, agora, com um sorriso largo e boas recordações!

Um comentário:

  1. pensamento fixo no som que tocava agora, "3x4". essa parte ai me lembra alguem.

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