sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Happy New Year

Não prometa nada
Tudo se repete e nada será realizado de novo
A lista vai permanecer lá, meio amarelada
Cheia de planos e sem concretizações
A dieta fica sempre para a próxima segunda
E a próxima... nunca chega.

Ano Novo é nome
Nada começa, tudo continua
Nada muda, tudo se repete
Os planos mais uma vez não se concretizarão completamente
E no final do ano de novo
Estaremos lá nos abraçando
E repetindo os votos de um feliz ano novo
Mesmo sabendo que ele será velho novamente.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Chuva

Céu fechado, nuvens negras
Chovia lá fora
Fazia frio.
Chovia dentro, aqui dentro
Lavava a alma, limpava a essência
Apenas caía água do céu
Mas a chuva falava, sem palavras
Talvez falasse para mim
Eu não entendi...
Um toque, um pingo, um banho
Ah, nada como um banho de chuva
Pra lavar o corpo, pra lavar a alma.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Desejo...

Que a vida seja mesmo linda
E que a gente descomplique-a.
Que queiramos vestir um lindo sorriso
Deixando de lado o que sufoca
E que a felicidade geral irradie o céu em plena noite
Tomando conta dos seres sem luz.
Desejo mais que tudo:
Que as nossas utopias sejam as melhores verdades
Que tudo que planejamos seja concretizado
Que a beleza da vida seja notada, sempre.
E, que o pra sempre seja mesmo, pra sempre!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pretérito Perfeito

Era manhã e fazia sol
As lembranças queimavam naquele rosto sonolento
Na mente os flashes de tudo que viveram
Confidências, abraços, sussurros, beijos...
Fizeram brotar saudade
SAUDADE, bem enfático
Sentia sem pudor tanta falta
Do que era pra ser pra sempre e ficou no passado
Um passado perfeito
Que ainda permanecia vivo
Eternizado pela doce lembrança
Guardada no lugar mais seguro, dentro de si
No mais íntimo e profundo do seu coração.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Dói

Palpitações, dor.
Havia um amor eterno até não se sabe quando
Os laços estavam sendo rompidos delicadamente dia após dia
Sensações estranhamente avassaladoras dominavam
Solidão, melancolia.
Essa coisa de nostalgia estava sendo tão agonizante
Quanto a vontade de dar a volta por cima
Enxurrada de desapontamentos
Tornavam o coração nebuloso
Tudo escuro, a tempestade estava por vir, estava logo ali
Rindo, pronta pra extravasar
O verão se foi, os sorrisos sumiram
E por fim, permaneciam nuvens negras, sorrisos amarelos
Chuva e um enorme caos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vai passar

Distância plena naquela presença
Olhos não se entreolhavam, apreciavam atentamente o chão
Ânsia de escolher a tecla delete para aquele instante
Nó na garganta, palavras cortadas
Desejo de negar e voltar atrás de tudo que foi dito
Porém, era preciso levar adiante
Liberdade, vida.
Arrependimento ou sensação de alívio...
Faltavam definições para a atitude
Sem imposições, livre arbítrio.
Sem sintonia, aperto no âmago... ausências.
Nó na garganta, lágrimas
Dói, mas a vida segue.
E assim, a gente vive.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Encontro

Para Hilton Moura (in memorian)

Te vi naquele exato momento
Em que o céu beijava o mar
Naquele encontro tão azul-infinito
Estava você me observando
No encontro de azuis estava o teu olhar
Foi um momento lindo, tão singelo
Teus olhos azuis céu-mar me fitavam
Era como se eu te sentisse comigo, aliás, você estava
Sempre esteve e eu sei, sempre estará!
Consegui desenhar o teu rosto ali, me olhando
Você continuava cuidando de mim lá de longe, lá do céu
Entardecia e o vento frio estava agora congelando a dor da saudade
E enquanto escurecia lentamente
A lua apareceu e me sorriu, singela, serena
Era você ali de novo, agora a me sorrir
Desde sempre e para sempre comigo,
Cuidando de mim.
Serás etenamente a minha maior saudade
Amor de verdade. Elo eterno!

domingo, 7 de novembro de 2010

Quando você me apareceu

O mundo era tão vazio
E então, chegou você
Apresentando-me um mundo feliz
Cheio de cores e sabores
Eu o vi, vivi e enxerguei além
Vi o que não estava explícito
Aprendi a ver as coisas com outros olhos
A ver beleza onde geralmente não se vê
Meros detalhes que fazem total diferença
Você fez do meu mundo mais colorido, mais bonito e feliz
Tenho só a te agradecer, por tudo
Pelo fato de você existir, por acreditar em mim
E por ter mudado a minha vida
Por isso, posso dizer-me hoje, uma pessoa mais feliz.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Eu vou

Porque a lua, que é meu guia, me chama
Porque o vazio daqui já está profundo demais
Porque escuto o eco forte da tua voz que ainda grita por mim
E eu já fiquei tempo demais aqui sozinha

Vou porque não aguento mais ficar te esperando
E ao te encontrar, eu sei, terei um porto seguro
Terei teu beijo que me acalma e o abraço que me completa
E nas melodias que escuto com a suavidade da tua voz
Que é como música, eu adormecerei ao teu lado

Eu vou, porque eu já exigi demais de mim
E não aguento as minhas infinitas cobranças
Vou porque não quero mais tanta normalidade
Não quero mais levar a vida em banho-maria
Quero intensidade, quero insanidade
E eu vou...
Porque sei que contigo eu posso conquistar
Tudo o que eu tanto esperei pra ter.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Assim seja, sempre!

Teus olhos cintilam meu rosto
Meu sorriso largo se perde no teu
No mesmo momento em que nossos rostos se fundem
E nossos corações se enfeitam de amor
Vestindo o mais belo de todos os sorrisos
Aí nós nos encontramos
Felizes...
Dispensamos qualquer diferença
Unimos o nosso amor e nos tornamos um
Esquecemos de ser plural
Somos parte, somos todo, somos um...
Singular, ímpar!
E enquanto mantivermos esse amor recíproco
Estaremos firmes
Enquanto tivermos a mesma forma de amar
A nossa força será suficiente
Para que esse nosso amor
Não venha a esmorecer
Nem tampouco morrer.




-
Inspirado no filme: Tristão & Isolda.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Tua falta

Kilometros separam corpos
Enquanto os corações mantêm sintonia
Os olhos observam todos os ambientes
Percebendo detalhes que fazem saudade
Falta sorriso, abraço, carinho...
Chove no íntimo
Chuva fina rega a lembrança
Coração em pleno inverno
Espera ansiosamente pela primavera
Que garantirá o desabrochar das flores
Quando os corações palpitarem perto um do outro
E os corpos completarem-se em um abraço
Cessando o desejo tão presente
Banindo a falta tornada então presença
Tornando-se enfim, fato consumado.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Nossos encontros... efêmeros!

Depois de tanto tempo, nosso reencontro
Você me deslumbrou como quem se apaixona à primeira vista
O meu coração palpitou
Dentro de mim o sentimento florescia rapidamente
Quanto mais eu o escondia, ele aumentava
Juntei todas as minhas forças
E com a cara e a coragem lutei contra essa situação
Lutei, lutei, lutei...
Até que cansei e, perdi!
O sentimento sem nome e sem definição foi bem mais forte
Me deixou uma fracassada e riu da minha cara.
Decidi que iria viver
Deixei de lado o que me afligia e optei por nós
Nos entregamos tão intensamente
Você parecia ser tão sincero
Tanto que me fez acreditar nas suas promessas
Acreditei em nós como uma verdade
Como um casal lindo e ‘pra sempre’
Vivemos poucos intensos momentos
No entanto, você sumiu sem deixar notícias
Nem um bilhete, nem uma carta, um e-mail que fosse
Caí na real e vi que tinha que me desiludir
Abri as janelas e escancarei as portas da minha vida
Desejei as boas vindas mais uma vez à solidão
Lembrei que na sua vida, eu sou mais uma
Que as suas promessas não passam de palavras que o vento leva
E que você é um desencontro constante na minha vida
Que vez por outra eu encontro em alguma esquina
Vivemos algum momento e tudo volta a ser
Um eterno desencontro.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Coisas do tempo


Não precisa me entender, nem eu o faço...
Não me reconheço e nem noto o que em mim acontece
Olhei pro espelho e meus olhos estão tão diferentes
Eles que eram tão radiantes, agora estão cinzentos, sem brilho
Mudei e não percebi, o espelho se encarregou de me informar
Meu semblante cansado denuncia a minha falta de amor
Os afetos estão lá no fundo do baú, esperando serem lembrados.
Tento me refazer enquanto a ferida dói, machuca e parece não querer sarar
Preciso com certa urgência de uma dose de amor, daquelas que embriagam fácil
Daquelas que nos deixam sentir como se estivéssemos a flutuar
Dormir embriagada e acordar com a ressaca que me fará
Jogar água na cara e esquecer os incômodos
Que me fazem querer desistir de mim nesses últimos tempos
Olhar o espelho e desejar que ele vá pro inferno junto com os problemas
Que leve o cinza do meu olhar e devolva o brilho que me faz uma falta enorme
Pra que eu possa voltar a sorrir e ser mais feliz!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um norte


Com a cara enterrada nessa lama podre
Incessantemente quis desvencilhar-se desse nada
Inventaria um novo mundo
Dessa vez, só dela
Sem pessoas, sem problemas, sem expectativas

Almejava ser livre
Tanto quanto as borboletas
Procuraria razões pra explicar tudo
Embora fosse muito difícil encontrar tais razões
Nos passos, descompasso
Na sua sombra, um ser desconhecido

Quis sair de si
Necessitava buscar outros rumos
Remar em outras marés
E um dia, no retorno
Observar tudo, de todos os ângulos
Olhar a todos, olhos nos olhos
E enfim, evidenciar seu triunfo.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Só pra você saber

As estrelas enfeitavam o céu enquanto a lua sorria fazendo-a lembrar daquele que ainda vivia nela, inevitavelmente. Decidiu movida pelo sentimentalismo escrever-lhe o que há muito precisava dizer e não o fez, diante daquele luar rabiscou o seu desabafo. 
“Meu bem... 
não por acaso o tempo cruzou os nossos caminhos, eis que depois de tempos nós nos encontramos, agora como adultos nós recordávamos uns poucos momentos de tempos atrás e eu era ainda a mesma guria, digamos que apenas um pouco crescida. Em nós tudo se encaixava, os pensamentos, os olhares, os sorrisos, os abraços, e as besteiras compartilhadas nas nossas conversas sem fim, tudo culminava para um momento especial que aconteceu perfeitamente. Sem saída, as palavras não expressavam o que eu realmente sempre quis te dizer, a vida nos proporcionou uma convivência, esta que não quisemos nos livrar, era o nosso começo... Ficaste responsável por mim (“tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, ainda lembras?), como eu te prometi, cuidarei de ti independente das circunstâncias, na presença eu tentei preencher as lacunas que o tempo insistiu em criar e na ausência eu te entrego a Deus pedindo que Ele cuide de ti por mim. Eu desejo estar aí pra ouvir os teus desabafos e te abraçar quando nada puder dizer, queria te oferecer a minha companhia em todos os momentos, porém os empecilhos existem e, mais uma vez, te entrego a Deus, assim acredito que tenho cumprido minha promessa. Há em mim uma saudade imensa de ti, o desejo incansável de te lembrar que mesmo longe eu estou sempre contigo. Quero que tu saibas que o nosso fim não chegará enquanto o destino não se cumprir; sem escolher, éramos destinados, somos ou seremos. Eu sei, aliás, suponho, porque nada me é completamente certo, que no fim nós estaremos juntos como foi num passado não tão distante, compartilhando palavras, pensamentos, sentimentos, sorrisos, besteiras... E eu queria te pedir apenas uma coisa: me deixa continuar cuidando de ti? Pode continuar sendo assim mesmo, de longe, me basta saber que estás bem, pra mim é tão bom saber que estás feliz, com isso pode ter certeza, eu ganho o meu dia. Me permite continuar assim, sabendo que me fazes tão bem porque dessa forma, quando eu olhar o céu e a lua me sorrir, eu estarei aqui lembrando de ti e pedindo que ela invada a tua janela pra te entregar um sorriso meu, já que não podes me ver. Meu desejo era, na verdade, deixar a lua sorrir pra nós dois enquanto eu fosse aí te encontrar pra preencher esses braços que tenho certeza, ainda me esperam pra um abraço, aquele que ainda me faz tanta falta. Mas, pra não me estender, eu queria dizer que esses rabiscos aqui são apenas a metade daquilo que ainda me falta te dizer, eu continuarei pensando em ti, mesmo longe, mesmo sem te ver, sem falar contigo, mesmo com tantos porêns, isso aqui era só pra você saber que em mim há ainda muito de ti e que não há como te expulsar daqui de dentro assim como quem rasga as cartas que não servem mais e as queima sem nem um pouco de dó. Ainda estás em mim, e só pra não esquecer, eu ainda te adoro tanto quanto antes! 
Vou ficando por aqui, com a saudade de ti e a companhia da lua e das estrelas. Beijo.” 
Com os olhos cheios de lágrimas guardou a folha que um dia talvez chegasse ao destinatário, sem pretensão, apenas como um desabafo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Em tudo, você!


Tracei metas, caminhos, esbocei meu destino
A minha vida estava planejada
E não havia espaço pra você.

No entanto, os caminhos mudaram
As estradas estavam irreconhecíveis
Uns atalhos persistentes
Tentavam me levar a você
E eu continuei tentando me desviar
Mesmo assim, em todos os momentos
Você se fez presente em mim, como uma invasão

Corri contra o tempo, contra o rumo
Busquei outras pessoas, queria fugir de você
Caminhei por diversos lugares me esquivando
Cansei! Constantemente volto pra você

Sem saída, sem rumo, correndo, fugindo...
Caio no teu abraço, que me preenche
Me acalma e faz tão bem
Deixo de fugir, e enfim...
Me entrego a você.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Feitos pra durar

Acreditei no amor como algo sublime, presença de Deus um para o outro, perfeitamente você foi uma dádiva d’Ele pra mim e sendo assim, eu prometi que cuidaria do meu presente como um cristal, zelaria como faria com esta raridade. 
Como num despertar de um sonho você apareceu dando vida e cor a esse mundinho antes tão cinzento e vazio, pluralizou a minha infinita singularidade e, de repente estávamos nós tão envolvidos sem se quer darmos conta. É complicado explicar o inexplicável, amor acontece e ponto. Pois bem... Sendo assim, não explicaremos! Não há razão que nos defina, nem emoção suficiente para tanto, tudo extrapola. Ninguém conseguiria explanar, nem nos livros, nem nos filmes mais bonitos e emocionantes, nem as músicas e os poemas mais lindos, enciclopédias inteiras ainda não seriam suficientes para definir a nós dois. 
Te olhar é como fazer poemas, há poesia nos teus gestos mais singelos, estes que me despertam um exasperado desejo de expressar nas minhas humildes palavras tanto sentimento. Em vão... Eu não sei definir sentimento, amor não precisa de definições para ser, eu acho. Prometi cuidar de você e assim farei, cuidarei nos mínimos detalhes, admirarei cada aspecto em todos os instantes. Viveremos etapas, faremos delas as mais lindas e marcantes, feito uma criança que cuida da primeira boneca como se nunca mais fosse ganhar outra, como o desejo de aprender a andar na bicicleta o mais rápido possível no intuito de livrar-se das rodinhas pensando em quem poderia um dia carregar no bagageiro, como tornar-se adolescente, sentir as batucadas dentro de si com o primeiro amor e ficar vermelhinha logo após o primeiro beijo, como comemorar com as amigas debutantes a sua festa de quinze anos, como vibrar com a vitória da entrada à faculdade, enfim... É como juntar todas as alegrias de uma pessoa em uma coisa só, nós dois, sim, digo uma só porque somos um, mesmo em dois. 
E quando um dia eu não mais puder te admirar e compartilhar contigo a minha vida, peço-te que disto não esqueça: Pra mim, o nosso amor foi a coisa mais linda que poderia um dia me acontecer, você foi a pessoa que mais me entendeu nesse mundo e sendo assim, no infinito ou aqui, fomos feitos pra durar.

sábado, 7 de agosto de 2010

Pra quem eu amo sem moderação


Em linhas não se descreve tanto amor
Há tanta sinceridade, tanto querer bem
Tanta reciprocidade explicita no olhar
Cada gesto denuncia um “eu te amo”.

Um exemplo de ser humano
Alegria nos dias tristes, companhia na solidão
Colo, consolo, afeto, amor, sentimento e razão
O melhor presente que Deus poderia me dar

A ti, a minha mais sincera gratidão
Pelo amor tão sincero que demonstras
Pela vida a mim dedicada em amor
Simplesmente na tua paternidade
Obrigada por ser amigo e irmão...
Meu heroi, meu companheiro, meu pai!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Uma taça de vinho, por favor!


Jogou água no rosto retirando o que restava da maquiagem borrada pelas lágrimas de uma noite inteira regada a vinhos e cigarros, vestiu-se impecavelmente, caprichou em cada detalhe, refez a maquiagem, estava exatamente como ele adorava vê-la, a esperança ainda era sua aliada, deixou no chão os cacos espalhados, fechou a porta deixando para trás os restos de insônia que estavam presentes na casa e saiu sem rumo. Caminhou pelas areias daquela praia como se revivesse cada momento que passaram juntos ali, relembrava com certa emoção o passado quase presente, afinal, não estava tão longe assim, sandálias nas mãos, sem destino, quando de repente viu-se ali, no bar que freqüentavam juntos e brindavam a felicidade.
Diante do balcão havia tudo, cervejas, uísques, vodkas, refrigerantes... menos o que ela insanamente desejava: ele sentado ao seu lado na mesa do canto, oferecendo-lhe delicadamente uma taça de vinho e fazendo juras de amor. Voltou-se para o garçom e pediu: - Traga-me, por favor, o vinho de sempre, aquele cigarro e a minha companhia, não importa o valor, eu quero já o meu pedido na mesa onde costumo ficar!
- Sim, senhora! – o garçom saiu sem saber o que fazer, preparou o vinho, os cigarros, mas, a companhia não. Dessa forma, iria tentar convencê-la a aceitar o pedido incompleto.
- Senhora, senhora... aqui está, posso trazer-lhe apenas o que tenho disponível no bar! Calou e com o consentimento silencioso dela, saiu, deixando-se a sua inteira disposição.
Bebeu sozinha, fumou e olhando os casais que ali estavam, chorou. Deixou as cinzas na mesa, a taça caída com o vinho, o pagamento ali e foi embora. Ele não a amava, não estaria mais com ela para ir ao bar, tomar o vinho, fumar os cigarros e jurar amor eterno, isto sim parecia ser para sempre. Precisava esquecê-lo, embora ainda não houvesse encontrado de forma alguma um meio de fazê-lo, por onde passava, lembranças em turbilhão ficavam na sua mente e ele não aparecia, não passava de lembranças constantes. Se foi, agora era para sempre. E, para esquecer tudo isto, um último pedido: - uma taça de vinho, por favor!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Nessa busca, serei sempre outra, enquanto for alguém


Enquanto eu te pedia que ficasse
Torcia que você fosse embora, pra sempre
Que me libertasse dessa prisão e,
Me deixasse viver a minha vida
Esta que eu nunca soube que existia

Você está na minha casa, nos móveis
Nos banheiros, na cozinha,
Impregnado nas minhas roupas
O seu perfume vive em mim

Como se estivesse numa prisão
Vivo só por você, não existe eu
Na verdade, nunca existiu, suponho
Comecei a viver depois de conhecer você
Antes tudo era inércia

Os verbos não se conjugam na primeira pessoa do singular
E, para saber quem de fato sou
Pra que exista finalmente um eu
Eu te peço que se vá, pra sempre.
Assim, eu poderei chamar de minha
A minha vida!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Onipresente


Você me fez uma falta inexplicável
Naquela multidão, um vazio sem fim
Me faltou você aqui.

Profunda e insanamente eu desejei
Simplesmente ter-te aqui
Os abraços e beijos que só você completa
Ficaram na imensidão desse vazio
Esperando você pra os findar.

“Eu vou estar sempre contigo”
Você me prometeu, e, cumpriu!
Sim, em todos os momentos permaneceu aqui
A distância não impediu a presença
Que pelo coração está eternizada
E você, em todos os momentos, esteve aqui.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Era destino!


Eram metades imperfeitas, completavam-se assim
Segredos e confissões, daqueles íntimos ao extremo
Sempre foram mantidos com sinceridade
E, de repente, desabou!
Acabou ali, sem um ponto final
Restaram as reticências taciturnas...
Fruto de inveja alheia tão desonesta, pretensiosa
A amizade desgastou...
E o orgulho falou mais alto, acabou.
No coração restou o amor reprimido
Desejoso de explodir, mesmo que tão altivo
O tempo, as afinidades, Deus...
Fizeram acontecer reaproximação
E o amor reprimido tão gigante, ressurgiu.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Aos meus...


São as mãos que se estendem na hora da penúria
Os sorrisos que curam minhas dores
Sintonia no olhar, amor de verdade
Corações que se completam com tamanha perfeição
São dádivas divinas
São Deus em forma de gente na minha vida
São um, mesmo sendo tantos
E ao mesmo tempo, poucos.
São os tantos poucos, escolhidos a dedo
Que incluo uma lista decorada de sorrisos
Onde eu carrego com os meus mais lindos sentimentos
Os que chamo verdadeiramente de meus amigos!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Era o fim


Pelas previsões de Mãe Diná
O mundo estava  prestes a acabar
Em meados de 1999
Tudo parecia se concretizar

A claridade dominava
Enquanto o fogo ateava
E os moradores se agitavam

“Corram, venham todos!”
“É o fim, o mundo vai acabar!”
 Joelhos no chão pediam perdão
Uns desfaziam-se de jóias
Outros corriam pelos redis

Os gritos dominavam a rua D’água
Todos se concentravam no centro
Queriam morrer juntos, abraçados!
Afinal,
Pelas previsões de Mãe Diná
O mundo ia acabar.

Depois de muita confusão
Desespero, gritaria e soluços
Alguém chega e anuncia:
“Parem, acalmem-se já, oxe...!”
O mundo não está acabando não
Todo esse caos
É simplesmente um curto circuito.



___

Criado durante a capacitação no dia 19 de julho de 2010, transformando um 'causo' em poema. Conto aí a história que se passou em 1999 quando todos da Rua D'água em Amaraji acreditavam ser o fim do mundo, como já havia previsto Mãe Diná.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Na realidade...


Diante da TV nada seduz
Não existe mais respeito alheio
Esqueceram que o ser é humano
E os tratam como animais
Corpos artificiais, repletos de silicone
Induzem ao consumo abusivo do álcool
Bem exposto o slogan “beba com moderação”
Na prática articula o inverso.
E enquanto a humanidade se aniquila
Em tronos poderosos
Com mesas imensas de café da manhã
E jornais sangrentos expostos
As autoridades mantêm-se intransigentes
E a humanidade caminha para trás
Com sonhos se transformando em ilusões...
Fantasiando um mundo irreal!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Você foi.


Era para sempre! Sim, eu juro que era...
Eu poderia descrever cada detalhe do que há em ti e se tratando de sentimento, diria que não há ninguém nesse mundo que te conheça como eu, me arriscaria ainda em dizer que amor igual a esse aqui você não encontrará nunca. É, isso mesmo! Eu não pretendo com isso me condecorar, mas sinceramente, eu te amei com todas as forças que existiam em mim, tomei posse de todo amor dessa vida pra a ti entregar, em mínimos detalhes eu via você, por muito tempo eu só te enxerguei, vivi por um eterno ‘nós’ e esqueci a primeira pessoa do singular, suguei todo o sangue que passava pelas veias, esses que me mantinham viva, para viver por você e aconteceu que eu simplesmente morri! Eu precisei de um socorro urgente para reativar as veias e assim reviver, se é que você me entende, até porque, enquanto eu vivi por você, eis que você não notou, e quando morri por você, você também não notou, a minha existência tornou-se sem graça nesse mundão aí, eu cansei de esperar retorno por tudo que fiz e os sentimentos me sufocaram, quis livrar-me de uma vez por todas deles, quis que eles se fossem e nunca mais visitassem o meu ser, preferi viver inerte e, por favor, não venha agora ter dó de mim. Eu odeio hipocrisia e você bem sabe! Com os socorros, eu revivi, diria, só que eu vi que precisava de vida, de sorrisos, de luz, de amigos, de verdade e de amor, eu tive que reaprender a viver, e como uma criança, eu estou (re)começando passo a passo a crescer, mas eu estou dispensando você.
E hoje, eu estou aqui para mostrar a você e ao mundo que eu me reergui, que eu estou mais viva do que nunca e mesmo sabendo ainda contar os teus mínimos detalhes, eu esqueci você e vivo para mim. No eterno da minha vida, você foi um capítulo que passou e continua escrito para que assim eu me lembre de como eu não mais devo ser.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

(Des)apego


Você se foi sem aviso prévio
Deixando-me perdida, sem rumo.
Eu te busquei em lugares tão inusitados
Na esperança de te encontrar depressa
Ou, quem sabe até um vestígio seu
Notícias, boatos, rumores...
Um bilhete rasgado preu juntar os pedaços
E quem sabe, decifrar esse enigma!

Por que você não me preveniu?
Eu preciso muito de você
E, você bem sabe!
Há algo aqui dentro que grita por você
Que só sente o seu cheiro,
Só sabe o seu nome e só escuta a sua voz
Aqui dentro só tem você.

Você bem que poderia me dizer
Talvez assim eu tivesse tempo de me preparar
De limpar a casa, arrumar sua bagagem
E desejar boa viagem.
Mas, você sequer pensou nas consequências
Seu egoísmo foi superior.

Agora eu procuro os pedaços, junto os cacos
Varro e jogo os resquícios que ficaram aqui
Chorando as dores da sua ausência
Tentando superar, deixar que você se vá de vez
E talvez até desejar com a sinceridade que ainda existe em mim
Que você seja feliz
"Mesmo sabendo que não será mais possível pra mim!"

terça-feira, 29 de junho de 2010

Matrimônio


O calendário marca maio
Mês majestoso
De noivas e mulheres
Vestidos, véus e grinaldas
Alianças, flores, músicas...
Sonhos e concretizações.
Diante do altar
Na saúde ou na doença,
Na alegria e na tristeza
Fazem-se promessas
E juras de amor
Com as bênçãos de Deus
Concedidas pelo homem
Unem-se dois seres
Tornados então, um só.
Sacramento selado pelo Pai
Gesto de amor maior
Testemunhado pelos mortais
Laços eternizados
Em um enlace matrimonial.