quarta-feira, 23 de junho de 2010

Do que restou do passado...


- Pisa no chão, menina! Ouviu de longe essa expressão. Sim, era com ela sequer percebeu, deu de ombros e continuou, afinal, não vive pra ser exemplo para Sr. Ninguém.
Andava como se não houvesse ninguém a sua volta, como se o mundo fosse parar para ela passar e, francamente, o que é que isso tem demais? Ela é linda, jovem, decidida, simpática, egoísta, sarcástica – sempre que precisa – [...] é um misto, se adapta as situações adversas que insistem em aparecer para complicar a sua vida e dribla tudo com um sorriso estampado no rosto, acredita que essa é a receita da felicidade: Um sorriso no rosto! As lágrimas rolam vez por outra, no entanto, você não as verá tão fácil, o coração se magoa quase sempre, com tantas coisas e pessoas, porém, sendo ela superior, passa por cima de tudo isso como se estivesse em plena passarela, olhos fixos e passos largos, segue em frente, a vida sempre continua...
As ruas tornaram-se estreitas para seus passos largos, caminhava freneticamente, toda pressa a fazia muitas vezes deixar de notar os detalhes dos lugares por onde passava. Sempre gostou de observar os caminhos, de ouvir as novidades que eram sucessivamente velhas, conseguia ver beleza em tudo, achava graça nos pingos d’água que caiam das árvores sobre ela todas as vezes que passava na praça, enquanto as cigarras cantavam afinadíssimas, um canto que a acompanhava pela cidade inteira, e ela seguia sempre ali pelas ruas, sozinha, fazendo companhia a si mesma e, cantarolando aquelas canções que nunca a abandonaram pensava nele, aquele sujeito que a fez feliz e depois não foi mais digno do seu amor, era ele que ela que jurava não mais amar, mas de quem não conseguia livre-se nunca, este também nunca a abandonou, por mais que quisesse estar só, ele estava nos seus pensamentos e nas lembranças, era como se em cada esquina ele estivesse a observando e por mais que mudasse de caminho, que tentasse se esquivar de tudo isso, continuava a vê-lo em outras esquinas, segurando uma plaquinha escrita: “estou contigo, te vejo e te acompanho, sempre!”. Seria verdade, ou mera impressão? Dava de ombros e seguia sua caminhada rotineira, tudo faz parte da sua história, as lembranças, as músicas, a praça, as cigarras, ele... não adiantava, nenhuma borracha no mundo era capaz de apagar as cicatrizes do tempo, precisava vê-las para sentir-se viva!
Parou, viu-se decidida, aquele cara não era tudo que ela precisava, podia muito bem viver sem ele, bastava a si mesma e, uma hora ou outra, ele sairia dos seus pensamentos, faria exatamente como ouvira um dia: “lápis nos olhos, gloss nos lábios e bola pra frente” tudo é passageiro e toda dor passa quando nós a esquecemos e damos prioridade a outras coisas. Os comentários que rolavam a faziam exercer mais do que sempre a sua “filosofia de vida”: “eu sou assim, metida ou não, não devo satisfações a Sr. Ninguém” não seria dessa vez que um “pisa no chão, menina!” a faria esquecer que ela adora voar, continuava assim, vivendo a vida e sendo feliz, problemas na gaveta, um sorriso no rosto e, tudo resolvido!

3 comentários:

  1. '...não seria dessa vez que um “pisa no chão, menina!” a faria esquecer que ela adora voar, continuava assim, vivendo a vida e sendo feliz, problemas na gaveta, um sorriso no rosto e, tudo resolvido!'

    oi talento, meu nome é Rhalyne *-*

    Ameeeeeeeei! Tava ansiosa pra ver o final e ficou lindo!

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  2. Haja coragem pa escrever tanto,aff...
    1000 bjinhos!!!
    AMO S2

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